Índice
dos Assuntos Abordados
Uma Breve Introdução da Reforma Protestante
Filosofias
Religiosas do Período
Confissão
de Augsburgo, 25 de Julho de 1530
Confissão de Fé de Westminster (1643-1649)
AS 5 Solas – Um
Breve Resumo dos 5 Pilares da Fé Reformada
Objetivo
Fazer um breve resumo do surgimento das 5 solas, bem
como uma introdução a Reforma Protestante, visando uma melhor compreensão do
termo Teologia Reforma. Quebrando o paradigma imposto a “Teologia Calvinista”
Uma
Breve Introdução da Reforma Protestante
A
Igreja Católica Apostólica Romana
representava e defendia o estado feudal, alto e baixo clero, neste período a
Igreja pode considerar a igreja como uma empresa multinacional com sede em
Roma. Quase um terço de todas as terras europeias pertencia à igreja Católica,
porém está mesma igreja, condenava o lucro e os juros cobrados pelos burgueses
(Pecado da Usura), vendia cargos eclesiásticos (Pecado da Simonia). Praticava a
venda de Indulgências para a construção da Basílica de São Pedro.
SIMONIA – É
o ato de comprar ou vender bens espirituais, coisas que deles dependem ou que
estão a eles ligadas; por alusão ao personagem bíblico Simão, o Mago, que quis
comprar aos apóstolos o dom do milagre.
PECADO
DA USURA - Especulação ilícita que consiste em cobrar juros,
comissões ou descontos sobre empréstimos de dinheiro, por taxas acima das
estabelecidas pela lei.
ALTO
CLERO – Todos aqueles vindo da família da nobreza, reunindo
bispos, abades e cônegos. A base da riqueza do alto clero resultado do
recebimento de dízimos e da renda de imóveis urbanos e rurais.
BAIXO
CLERO – Era composto por sacerdotes pobres, que constituíam uma
plebe eclesiástica, um conjunto de cidadãos romanos que não pertenciam ao
senado. A classe mais baixa da
sociedade; povão, massa, populacho, os ralés.
Obs.: Em resumo a Igreja Católica Apostólica Romana,
dominando todas as esferas da sociedade, controlava e manipulava os homens,
visando o beneficio próprio.
Filosofias Religiosas
do Período:
Martinho
Lutero era monge agostiniano, padre e professor da Universidade de
Wittemberg. Na Saxônia ele expulsa o bispo vendedor de indulgências e, envia 95
Teses para o arcebispo da Região, criticando a Igreja o comercio de
indulgências. Por este motivo foi excomungado pelo papa, e convidado para ir a
Roma e prestar esclarecimentos e se retratar, recusa-se a ir, mas enfrenta a
reação do Alto Clero na Dieta de Worms.
Foge e é protegido pelo Duque Frederico
da Saxônia. Recluso, Lutero traduz a Bíblia para o alemão ganhando apoio
dos nobres da Saxônia que se tornam luteranos e passam a apoiar a tomada das
terras da Igreja.
Obs.: Os princípios Luteranos são baseados na obra da
Confissão de Augsburg, de Melanchton. Onde defende a Salvação pela fé;
Simplicidade do culto; Livre interpretação da Bíblia; Dois Sacramentos sendo
eles Batismo e eucaristia; Consubstanciação; não celibato; e a submissão da
mulher.
Confissão de
Augsburgo, 25 de Julho de 1530 – Veja alguns exemplos.
ARTIGO 4: DA
JUSTIFICAÇÃO
Ensina-se
também que não podemos alcançar remissão do pecado e justiça diante de Deus por
mérito, obra e satisfação nossos, porém que recebemos remissão do pecado e nos tornamos
justos diante de Deus pela graça, por causa de Cristo, mediante a fé, quando
cremos que Cristo padeceu por nós e que por sua causa os pecados nos são
perdoados e nos são dadas justiça e vida eterna. Pois Deus quer considerar e
atribuir essa fé como justiça diante de si, conforme diz São Paulo em Romanos 3
e 4.18.
ARTIGO 7: DA IGREJA
Ensina-se
também que sempre haverá e permanecerá uma única santa igreja cristã, que é a
congregação de todos os crentes, entre os quais o evangelho é pregado puramente
e os santos sacramentos são administrados de acordo com o evangelho. Porque
para a verdadeira unidade da igreja cristã é suficiente que o evangelho seja
pregado unanimemente de acordo com a reta compreensão dele e os sacramentos
sejam administrados em conformidade com
a palavra de Deus. E para a verdadeira unidade da igreja cristã não é necessário que em toda a parte se observem cerimônias uniformes instituídas pelos homens. É como diz Paulo em Efésios 4: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo.”
a palavra de Deus. E para a verdadeira unidade da igreja cristã não é necessário que em toda a parte se observem cerimônias uniformes instituídas pelos homens. É como diz Paulo em Efésios 4: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo.”
ARTIGO 18: DO LIVRE
ARBÍTRIO
Quanto ao
livre arbítrio se ensina que o homem tem até certo ponto livre arbítrio para
viver exteriormente de maneira honesta e escolher entre aquelas coisas que a
razão compreende. Todavia, sem a graça, o auxílio e a operação do Espírito
Santo o homem é incapaz de ser agradável a Deus, temê-lo de coração, ou crer,
ou expulsar do coração as más concupiscências inatas. Isso, ao 11 contrário, é
feito pelo Espírito Santo, que é dado pela palavra de Deus. Pois Paulo diz em 1
Coríntios 2: “O homem natural nada entende do Espírito de Deus”.
João Calvino era teólogo luterano
francês foi perseguido e fugiu para a Suíça, onde Zwinglio já pregara, escreveu
o livro Instituição da Igreja Cristã - 1536, no qual afirmava que
o ser humano estava predestinado de modo absoluto a merecer o Céu ou o Inferno
(Genesis 3.3; Romanos 5.12; Romanos 6.23; Romanos 7.11); Explicava Calvino que,
por culpa de Adão, todos os homens já nasciam pecadores (pecado original), mas,
Deus havia elegido algumas pessoas para serem salvas, enquanto outras seriam
condenadas à maldição eterna. Portanto, nada que os homens pudessem fazer em
vida poderia alterar-lhes o destino, já previamente traçado. A fé, existente em
algumas pessoas, poderia ser interpretada como um sinal de que elas pertenciam
ao grupo dos eleitos por Deus à salvação; seus seguidores defendiam que a vida
exemplar e o sucesso financeiro eram sinais da salvação. Essa ideologia foi
muito bem aceita pela burguesia mercantil, na medida em que sua ganância pelo
lucro era justificada pela ética religiosa. Identificando-se com a burguesia, o
Calvinismo espalhou-se por diversas regiões da Europa, como França, Inglaterra,
Escócia e Holanda - países onde se expandia o capitalismo comercial.
Confissão
de Fé de Westminster (1643-1649) – Vejam alguns exemplos
I - Os
que Deus chama eficazmente, também livremente justifica. Esta justificação não
consiste em Deus infundir neles a justiça, mas em perdoar os seus pecados e em
considerar e aceitar as suas pessoas como justas. Deus não os justifica em
razão de qualquer coisa neles operada ou por eles feita, mas somente em
consideração da obra de Cristo; não lhes imputando como justiça a própria fé, o
ato de crer ou qualquer outro ato de obediência evangélica, mas imputando-lhes
a obediência e a satisfação de Cristo, quando eles o recebem e se firmam nele
pela fé, que não têm de si mesmos, mas que é dom de Deus. Ref. Rom. 8:30 e
3:24, 27-28; II Cor. 5:19, 21; Tito 3:5-7; Ef. 1:7; Jer. 23:6; João 1:12 e
6:44-45; At. 10:43-44; Fil. 1:20; Ef. 2:8.
I - A
Igreja Católica ou Universal, que é invisível, consta do número total dos
eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só
corpo sob Cristo, seu cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que
cumpre tudo em todas as coisas. Ref. Ef. 1: 10, 22-23; Col. 1: 18.
II - A
Igreja Visível, que também é católica ou universal sob o Evangelho (não sendo
restrita a uma nação, como antes sob a Lei) consta de todos aqueles que pelo
mundo inteiro professam a verdadeira religião, juntamente com seus filhos; é o
Reino do Senhor Jesus, a casa e família de Deus, fora da qual não há
possibilidade ordinária de salvação. Ref. I Cor.
1:2, e 12:12-13,; Sal .2:8; I Cor. 7 :14; At. 2:39; Gen. 17:7; Rom. 9:16; Mat.
13:3 Col. 1:13; Ef. 2:19, e 3:15; Mat. 10:32-33; At. 2:47.
I - Deus
dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o bem ou
para o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua
natureza. Ref. Tiago 1:14; Deut. 30:19; João 5:40; Mat. 17:12;
At.7:51; Tiago 4:7.
II - O
homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e
fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que
pudesse decair dessa liberdade e poder. Ref. Ec. 7:29; Col. 3: 10; Gen. 1:26 e
2:16-17 e 3:6.
III - O
homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade
quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um
homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de,
pelo seu pr6prio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso. Ref. Rom.
5:6 e 8:7-8; João 15:5; Rom. 3:9-10, 12, 23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; João 6:44,
65; I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.
AS 5 Solas – Um Breve Resumo dos 5 Pilares da
Fé Reformada
Sola Scriptura
“Toda a
Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” II Timóteo 3:16,17
Somente por meio das Escrituras - a revelação tanto da Pessoa quanto da vontade
de Deus - o homem pode conhecê-Lo, ser salvo e habilitado para a boa obra do
Senhor. Entretanto, cresce em nossos dias uma visão da irrelevância das
Escrituras onde ela não é mais a autoridade final em questões espirituais entre
o Homem e Deus, mas apenas uma dentre muitas fontes de autoridade a respeito de
Deus e a prática cristã. Somente nas Escritura, e unicamente nela, aqueles que
almejam serem usados pelo Senhor devem se apoiar. As Escrituras como Palavra de
Deus (“Toda a Escritura é inspirada por Deus”) constituem-se como o único meio
proveitoso (“e útil”) pelo qual analisamos se devemos crer em algo como sã
doutrina (“para o ensino”) ou rejeitá-lo (“para a repreensão”).
Solus Christus
“Falava
ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis vindo da nuvem, uma voz
que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi. Ouvindo-a
os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo. Aproximando-se deles,
tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos, e não temais! Então eles, levantando os
olhos a ninguém viram senão só a Jesus.” Mateus 17:5-8 Numa época onde muitos
ídolos estão aparecendo no meio evangélico, numa época onde a atitude de muitos
seria de montar uma tenda para Jesus e outras para os pastores e cantores
famosos, temos aqui um direcionamento dado por Deus sobre quem devemos buscar
ouvir e ver: Somente a Cristo. Somente em Cristo, e apenas nEle a satisfação de
Deus está depositada. O Senhor disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo”. Não há nada e nem ninguém fora de Cristo e nem além dEle que possa
satisfazer a Deus. O Senhor se compraz em Seu filho, apenas. Unicamente por
imputar a justiça de Cristo sobre seu povo que Deus se alegra em nós
Sola Gratia
“Então
lhe disse Davi: Não temas, porque usarei de bondade para contigo, por amor de
Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu
comerás pão sempre à minha mesa. Então se inclinou, e disse: Quem é teu servo,
para teres olhado para um cão morto tal como eu?” 2 Samuel 9:7-8 Somente pela
graça, e unicamente por ela, é que somos abençoados por Deus. A graça é o favor
imerecido de Deus às suas criaturas. Tal como Davi favorecendo Mefibosete por
amor a Jonatas, assim também nós somos alvos do favor de Deus por causa do amor
de Deus Pai à Deus Filho. Assim como Mefibosete se viu indigno do favor do Rei
“Quem é o teu servo, para teres olhado para um cão morto tal como eu?”, assim
também nós devemos nos prostrar em face à maravilhosa graça do Senhor em nos
estender o seu favor na pessoa de Cristo. Não temos o direito de estar diante
de Deus, mas, unicamente pela Graça, temos o privilégio de estarmos na presença
dEle. Somos como um cão morto diante de Deus, somente pela Sua infinita Graça é
que somos aceitos diante dEle em Cristo.
Sola Fide
“Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se glorie.” Efésios 2:8-9 Somente pela fé, e
unicamente por ela, o pecador é salvo com base nos méritos eternos de Cristo.
Sendo assim, a presente sola reafirma os três solas anteriores: a Escritura é o
meio pelo qual Cristo é revelado, sendo este o alvo da fé, sendo que a fé é um
presente concedido graciosamente por Deus “e isto (a fé) não vem de vós”.
Somente pela fé na pessoa e obra de Cristo é meio pelo qual Deus declara o
pecador injusto em justo. A necessidade de tal ato se dá por causa da nossa
total inabilidade e capacidade para satisfazer a justiça de Deus. Porque somos
pecadores, todas as nossas obras estão corrompidas pelo pecado e, portanto, são
inúteis a Deus, ou como a própria Escritura trata (Isaías 64:6) , como algo
podre:
Soli Deo Gloria
“Porque
dele e por meio dele e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente.
Amém” Romanos 11:36 Somente para Deus a glória, e unicamente para Ele. A Igreja
existe para a demonstração deste valor: o valor que Ele tem. Não a respeito de
nós, ou o que nós buscamos ter, mas sim exclusivamente a Ele, de modo que os
hinos e cânticos girem em torno da pessoa e dos atributos de Deus. A mensagem
não deve ser antropocêntrica (o homem como o centro) e sim Cristocentrica
(Cristo como o centro). Somente para Deus a glória, e unicamente para Ele. Este
o fim principal da nossa existência: a glória de Deus. Glorificar a Deus é tão
somente reconhecer a atribuir a Ele todas as perfeições dEle. Somente na pessoa
dEle termos o nosso gozo. Somente para Deus a glória, e unicamente para Ele,
sendo Ele a fonte (Porque dele) o mantenedor (por meio dele), e o alvo (para
ele são todas as coisas) de tudo isso. Sendo assim, a vida dentro e fora da
igreja vem dEle. Se obtermos dEle o que necessitamos, sermos mantidos por Ele e
com o fim de para Ele fazermos todas coisas.
FONTES DE PESQUISAS
Livro: 5 Solas
Devocionais de
Aplicação Pessoal
Confissão de Augsburgo
Data: 25 de Julho de 1530
Confissão de Fé de Westminster
Periodo: entre 1643 a 1649
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