"Não tenho outro nome, senão o de pecador;
pecador é meu nome; pecador, meu sobrenome." Martinho Lutero.
André Santos
Professor na EBD
andrettdossantos@gmail.com

Quando eu fui trazido à fé, em 13 de Agosto de 1995, aos 20 anos, ninguém me ensinou que existia um livre-arbítrio e nem que a salvação poderia ser perdida, a igreja que me conduziu a fé não é calvinista nem arminiana, começando a ler a Bíblia e a convicção formada por ela era de que ninguém poderia ir ao Senhor sozinho e que uma vez que fosse salvo, seria preservado pelo Senhor. Quando alguém disse que a salvação poderia ser perdida, pensei ter lido a Bíblia de forma errada.
Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a
mim eu jamais rejeitarei João
6.37.
Já quanto a eleição, eu lia na Bíblia, mas não entendia muito bem, e assim não tinha uma posição a respeito. Foi quando me deparei com uma lição de escola dominical em que o professor apresentava a explicação da eleição. A explicação me pareceu superficial e foi ali que pela primeira vez na vida ouvi falar em calvinismo. De forma negativa, é claro. Depois disso, li um artigo sobre a eleição, em que a posição defendida era a posição reformada, embora nela não aparecessem termos como calvinismo e arminianismo. A explicação não me agradou muito, mas me pareceu mais de acordo com o que eu tinha lido na Bíblia. Como tinha presenciado uma discussão entre dois pastores, na qual criticavam o calvinismo, senti certo desconforto por tender para uma posição até então só criticada.
A essa altura eu era um calvinista de três pontos, embora nunca tivesse ouvido falar que havia pontos ou que eram cinco. Eu nunca tinha lido nada sobre a controvérsia entre arminianismo e calvinismo e as referências ao segundo eram todas negativas até então. Foi quando comecei a ter acesso à literatura reformada.
Li sobre a chamada eficaz e confesso que mais que a argumentação, o que me fez aceitá-la de imediato foi a minha experiência de conversão. Decididamente, eu não "fui à frente", resisti e resisti com todas as minhas forças. Até que me vi em lágrimas recebendo a oração, sem sequer atinar como fui parar ali. E desde então o Senhor tem me segurado e sustentado.
Quanto ao ponto faltante, a redenção particular, eu simplesmente disse: jamais acreditarei nisso. E passei anos lutando contra ela. Até que não mais podendo negá-la, rendi-me, mas a contragosto. Passei a entender como a redenção específica glorifica a Deus mais que a redenção universal e então passei a amar essa doutrina. Mas não manifestei isso a ninguém. Era uma espécie de calvinista secreto. Até que numa aula na
EBD, traído pelos meus comentários e acabei sendo
confrontado. Alguém me olhou firmemente e perguntou: você acredita na
predestinação?! Não admitir seria mentir e negar a verdade. Então "saí do
armário" das minhas convicções pessoais.
Graças a Deus, estou numa igreja arminiana na qual um calvinista é apenas mais um crente salvo por Jesus.
Soli Deo Gloria
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