Prof. André
Nascimento
·
É
de grande importância procurar entender sobre a natureza de Deus, se não o
fizermos, provavelmente nos inclinaremos a outros deuses já criados ou
criaremos os nossos próprios.
Obs.: Só podemos conhecer sobre Deus aquilo que Ele
revelou, e o que foi revelado é para que O conheçamos e cumpramos as palavras
desta lei. Dt. 29.29
Definição:
atributo
a.tri.bu.to
sm (lat attributu) 1 Aquilo que é próprio ou peculiar de alguém ou de alguma coisa. 2 Condição, propriedade, qualidade. 3 Sinal distintivo; símbolo: A coroa e o cetro são os atributos da realeza.
a.tri.bu.to
sm (lat attributu) 1 Aquilo que é próprio ou peculiar de alguém ou de alguma coisa. 2 Condição, propriedade, qualidade. 3 Sinal distintivo; símbolo: A coroa e o cetro são os atributos da realeza.
Nós
temos pelo menos quatro fontes de estudo sobre os atributos de Deus, que são:
1.
Atributos
Naturais e Atributos Morais
2.
Atributos
Absolutos e Atributos Relativos
3.
Atributos
Intransitivos e Atributos Transitivos
4.
Atributos
Incomunicáveis e Atributos Comunicáveis
Tendo este último caso como sendo o mais aceito, ou
mais debatido entre os seminários teológicos.
Mas, antes de entrarmos no estudo central dos atributos de Deus, vamos conhecer um
pouco sobre os seus nomes e o que eles nos comunicam.
O
ser de Deus é caracterizado por profundidade, plenitude, variedade e uma glória
que excede a nossa compreensão, portanto, só podemos conhecê-Lo até onde Ele se
revela em sua relação conosco.
Os
nomes de Deus pelo qual nós o conhecemos nas sagradas escrituras, não são uma
invenção humana, eles têm origem divina e são derivados da relação entre Deus e
o seu povo. Deus é infinitamente exaltado acima de tudo que é temporal, mas, em
seus nomes, Ele desce a tudo que é finito e se assemelha ao homem.
Nomes no Antigo Testamento - Vejamos:
EL, ELOHIM,
ELYON
EL – O nome mais
simples que se refere à Deus, possivelmente derivado de “ul” que tem o sentido de ser:
ELOHIM – Significa
ELOAH que vem da mesma raiz ou de ALAHH e se refere a temor e, portanto mostra
Deus como:
Forte e
Poderoso.
ELYON – Deriva de ALAH
que se refere a subir, ser elevado e denota Deus como:
Exaltado, Alto
Gn. 14. 19-20; Nm. 24. 16; Is. 14. 14
ADONAI – Derivado de dun (din) ou de adan e todos significam:
Julgar, Governar.
Revela Deus como GOVERNANTE TODOD-PODEROSO a quem
tudo está sujeito e com quem o homem se relaciona como servo, e que mais tarde
foi suplantado por JEOVÁ, (YAHWEH) e todos O descrevem como ALTÍSSIMO.
SHADDAI e
EL-SHADAI – Derivado
de SHADAD, ser poderoso e indica que Deus possui todo o poder no céu e na
terra. Embora O relacione como Deus criador e dê ênfase a grandiosidade de Deus
não O apresenta como objeto de temor mas, como fonte de bem-aventurança e
consolação. Êx. 6. 2-3
YAHWEH e YAHWEH
TSEBHAOTH – É
especialmente o nome Yahweh que
gradativamente suplantou os nomes anteriores, é o nome pelo qual Deus se revela
como Deus da graça. Sempre foi tido como o nome mais sagrado e o mais
distintivo nome de Deus, o nome incomunicável.
Os judeus temiam proferi-lo com base em Lv.
24. 16 daí ao lerem as escrituras o substituía por ADONAI ou ELOHIM.
Em Êx. 3. 13-14 o termo se traduz em “EU SOU O QUE SOU”, assim interpretando,
o nome indica a imutabilidade de Deus contudo, não se tem tanto em vista a
imutabilidade do seu ser essencial, mas, a imutabilidade de Sua relação com o
Seu povo. O nome contém a segurança de que Deus será para o povo de Moisés o
que foi para o seus pais, Abraão, Isaque e Jacó. Salienta a fidelidade pactual
de Deus, é seu nome próprio por excelência, Êx. 15.3; Sl. 83.18; Os. 12.6;
Is. 42.8 e , portanto, não empregado com referência a ninguém mais,
senão unicamente com referência ao Deus de Israel.
Por muitas vezes o nome Yahweh é fortalecido pelo acréscimo de TSEBHAOTH.
É extremamente difícil determinar a que se refere
este vocábulo, há três principais opiniões, vejamos:
Significado: SENHOR DOS EXÉRCITOS
1.
O
exército de Israel 1 Sm. 4.4; 17.45 e 2 Sm. 6.2
2.
As
estrelas: São chamadas de exércitos dos céus e nunca exército de Deus ou Deus
dos exércitos.
3.
Os
anjos: Esse termo acha-se muitos vezes no contexto em que os anjos são
mencionados 2 Sm. 6.2; 1 Sm. 4.4; Is. 37.16; Js. 5.14; 1 Rs. 22.19; Sl. 148.2 portanto,
O Senhor dos exércitos é descrito
como O Rei da Glória, cercado de hostes angelicais e que governa o céu e a
terra no interesse do seu povo e recebe glória das suas criaturas.
Nomes no Novo Testamento
THEOS – É equivalente a
EL, ELOHIM e ELYON
KYRIOS – É aplicado como:
Alfa e Ômega, que é, que era e que há de vir, o primeiro e o último Ap.
1.4,8,17; 2.8; 21.6; 22.13 onde é derivado de Kyros que significa poder e, é empregado tanto a Deus como a
Cristo.
PATER – Pai, embora
muitos achem que essa terminologia seja iniciada no NT, podemos observar
repetidamente um equivalente ser usado para designar a relação de Deus com
Israel Dt. 32.6; Sl. 103.13; Is. 63.16;
Jr. 3.4 enquanto que Israel é chamado filho de Deus Êx. 4.22; Dt. 14.1; Os. 1.10 o termo
Pai se aplica também a Deus no NT como criador ou originador 1 Co.
8.6; Hb. 12.9.
Os Atributos de
Deus
Atributos
Incomunicáveis e Atributos Comunicáveis
Deus é único, absoluto, imutável e infinito em sua
bondade e amor, graça e misericórdia justiça e santidade.
Atributos
Incomunicáveis
Deus como ser absoluto
A.
Existência
autônoma de Deus ou sua auto-existência
Ele não é só independente, como faz também tudo
depender dEle. Esta auto-existência de Deus acha expressão no nome Jeová, e como ser autônomo e
independente que Ele é, pode dar a certeza de que permanecerá o mesmo, com
relação ao seu povo. Jo. 5.26
Vida em si mesmo Is. 40.18 único Rm. 11.34-35
independente em pensamento Dn. 4.35
independente em sua vontade Rm. 9.19; Ef. 1.5; Ap. 4.11
independente em seu poder Sl. 115.3
independente em seu conselho Sl. 33.11
B.
A
imutabilidade de Deus
É a perfeição pela qual não há mudança nEle, não
somente em Seu ser, mas também em suas perfeições e em seus propósitos e em
suas promessas.
Sl. 102.27; Êx. 3.14; Is. 41.4; 48.12; Ml. 3.6
C.
Sua
eternidade
A nossa vida se divide em passado, presente e futuro
mas, Deus não. Ele é o eterno EU SOU.
D.
Sua
imensidade e/ou onipresença
Ele preenche todas as partes do espaço e isso com
todo Seu ser.
E.
A
unidade de Deus
Este atributo saliente a unidade e a unicidade de
Deus.
1 Rs. 8.60; 1 Co. 8.6; 1 Tm. 2.5
Unidade como sendo um único Deus e tem relação
numérica, enquanto que unicidade tem haver com a expressão (Jeová é o único Deus que faz jus ao nome Jeová) Dt. 6.4
Os Atributos
Comunicáveis
Os atributos estudados anteriormente salientam o
absoluto ser de Deus, os próximos salientam sua natureza pessoal.
É nos atributos comunicáveis que Deus se posiciona
como ser moral, consciente, inteligente e livre.
A.
Deus
como Espírito pessoal
1. A personalidade humana requer
diretamente um Deus pessoal para sua explicação.
2. O mundo dá testemunho da
personalidade de Deus.
Sua inteligência infinita, as emoções mais
profundas, uma vontade toda poderosa.
3.A natureza moral
e religiosa do homem também aponta para a personalidade de Deus.
A sua natureza lhe impõe um senso de obrigação
de fazer o que é reto, isso implica necessariamente a existência de um
legislador supremo. Além disso, a sua natureza religiosa constantemente o
incita a procurar comunhão pessoal com algum ser superior. Jo. 14.9 Felipe pede para
mostrar o Pai.
B.
Atributos
intelectuais
As Escrituras denotam o conhecimento e a sabedoria
de Deus, tanto em palavras como no mundo criado, conforme a sua perfeição.
1.
O
conhecimento de Deus
Significa que Ele conhece o universo como realidade
no tempo e no espaço. Também é chamado de onisciência.
2.
A
sabedoria de Deus
A sabedoria de Deus é um aspecto do seu
conhecimento, mas não é a mesma coisa. Um homem sem instrução formal pode ser
superior em sabedoria a um erudito.
3.
A
veracidade de Deus
Inclui diversas ideias, como verdade, fidedignidade
e fidelidade.
3.1
Quando
se diz que Deus é a verdade a primeira ideia é no sentido metafísico, ou seja,
Ele é tudo que como Deus deveria ser, como tal distingui-se de todos os outros
deuses, os quais são chamados ídolos, nulidades e mentiras. Is.
44.9-10; Sl. 115.4-8
3.2
Ele também revela-se num sentido ético e como
tal revela-se como realmente é,de modo que sua revelação é absolutamente
confiável. Nm. 23.19
3.3
Ele também é a verdade num sentido lógico e em
virtude disso conhece as coisas como realmente são. Que Ele responde a ideia de
divindade, sua revelação é perfeitamente confiável e vê as coisas como
realmente são. “ É por isso que Ele é chamado de fonte
de toda verdade”. O termo fidelidade aponta para a virtude de que Ele está
sempre atento a sua aliança e cumpre todas as promessas que fez ao Seu povo.
C.
Atributos
morais
São geralmente discutidos em três aspectos:
A bondade de
Deus
A santidade de
Deus
A justiça de
Deus
1.
A
bondade de Deus
Não se deve confundir a bondade de Deus com sua
benevolência. Quando dizemos que Deus é bom, estamos dizendo em todos os
aspectos e por todos os modos tudo aquilo que Ele é como Deus. Mc.
10.18
1.1
A
bondade de Deus para com suas criaturas em geral
Benevolência
- É a bondade de Deus revelada para o
bem-estar da criatura Lc. 6.35
1.2
O
amor de Deus
Ele
ama suas criaturas racionais por amor a si mesmo. Ele não retira seu amor
completamente do pecador em seu estado atual pecaminoso, porque reconhece nele
um portador da Sua imagem Mt. 5.44-45
1.3
A
graça de Deus
Ela
denota o favor não só de Deus para com os homens mas, também de um homem a
outro homem.
1.4
A
misericórdia de Deus
Sua
misericórdia ou terna compaixão é expressa como profunda compaixão e as vezes
lindamente traduzida por “terna
misericórdia”.
Se a
graça de Deus vê o homem como culpado diante dEle e necessitado de perdão, a
misericórdia de Deus o vê como um ser que está suportando as consequências do
pecado, e portanto, necessita do socorro divino Sl. 145.9
1.5
A
longanimidade de Deus
É o
aspecto da bondade ou amor de Deus em virtude do qual Ele tolera os rebeldes e
maus, a despeito de sua prolongada desobediência. Êx. 34.6; Sl. 86.15
2.
A
santidade de Deus
2.1
A
natureza da santidade
Em
sentido original denota que Ele é absolutamente distinto de todas as suas
criaturas, e é exaltado acima delas em majestade infinita. Ele é santo em tudo
aquilo que O revela, em sua graça e bondade como também em sua ira e justiça.
2.2
Sua
manifestação
A
santidade de Deus é revelada na lei moral implantada no coração do homem e que
fala por meio da consciência, mais particularmente, na revelação especial de
Deus At.
3.14
3.
A
justiça de Deus
A
justiça se manifesta especialmente em dar a cada homem o que lhe é devido, em
tratá-lo de acordo com o seu merecimento. De sorte que a justiça de Deus é o
padrão, a régua em que todos os outros sistemas jurídicos se adéquam. Ed.
9.15; Nm. 9.8; Sl. 119.137
D.
Atributos
de soberania
Ele é apresentado como criador e sua vontade como a
causa de todas as coisas. Ele está revestido de autoridade absoluta sobre as
hostes celestiais e sobre os moradores da terra. Ele sustenta todas as coisas
com sua onipotência e determina os fins que elas estão destinadas a cumprir Gn.
14.19; Dt. 10.14; Sl. 115.3
1.
A
vontade soberana de Deus
1.1 A vontade de
Deus em geral
É
apresentada como causa final de todas as coisas. Tudo é derivada dela: a
criação e a preservação Sl. 135.6; Jr. 18.6; Ap. 4.11 o
governo Pv. 21.1 Dn. 4.5,35 a
eleição e a reprovação Rm. 9.15-16
os sofrimentos de Cristo Lc. 22.42; At.
2.23 a regeneração Tg. 1.18 a
santificação Fp. 2.13 os sofrimentos
dos crentes 1 Pe. 3.17 a vida e o
destino do homem At. 18.21; Rm. 15.32; Tg. 4.15 e até as menores coisas da vida Mt. 10.19
2.
O
poder soberano de Deus
A
soberania de Deus acha a expressão, não somente na vontade divina mas, também
na onipotência de Deus.
A
onipotência está interligada aos outros atributos e não age de forma
independente Sl. 115.3; Jr. 32.17 na
criação Rm. 4.17 na redenção de
pecadores 1 Co. 1.24; Rm. 1.16
antropopático
an.tro.po.pá.ti.co
adj (antropopatia+ico2) 1 Relativo ou pertencente à antropopatia. 2 Que atribui sentimentos humanos a algum ser que não é humano.
an.tro.po.pá.ti.co
adj (antropopatia+ico2) 1 Relativo ou pertencente à antropopatia. 2 Que atribui sentimentos humanos a algum ser que não é humano.
asseidade
as.sei.da.de
sf (lat escol aseitate) Em filosofia escolástica, natureza de um ser que existe por si mesmo e não precisa de outro para existir.
as.sei.da.de
sf (lat escol aseitate) Em filosofia escolástica, natureza de um ser que existe por si mesmo e não precisa de outro para existir.
unicidade
u.ni.ci.da.de
sf (único+i+dade) Estado ou qualidade do que é único.
u.ni.ci.da.de
sf (único+i+dade) Estado ou qualidade do que é único.
benevolência
be.ne.vo.lên.cia
sf (lat benevolentia) 1 Qualidade do que é benévolo; boa vontade para com alguém. 2 Complacência, indulgência. Antôn: malevolência.
be.ne.vo.lên.cia
sf (lat benevolentia) 1 Qualidade do que é benévolo; boa vontade para com alguém. 2 Complacência, indulgência. Antôn: malevolência.
longânime
lon.gâ.ni.me
adj (lat longanime) 1 Que tem grandeza de ânimo, benigno, complacente, indulgente. 2 Corajoso. 3 Generoso. 4 Paciente, resignado. Var: longânimo.
lon.gâ.ni.me
adj (lat longanime) 1 Que tem grandeza de ânimo, benigno, complacente, indulgente. 2 Corajoso. 3 Generoso. 4 Paciente, resignado. Var: longânimo.
nulidade
nu.li.da.de
sf (nuli+dade) 1 Qualidade de nulo; falta de alguma condição essencial; falta de validade. 2 Falta de mérito, de talento; incapacidade completa. 3 Pessoa insignificante, sem nenhum mérito. 4 Coisa vã; frivolidade, inanidade.
nu.li.da.de
sf (nuli+dade) 1 Qualidade de nulo; falta de alguma condição essencial; falta de validade. 2 Falta de mérito, de talento; incapacidade completa. 3 Pessoa insignificante, sem nenhum mérito. 4 Coisa vã; frivolidade, inanidade.
Referências Bibliográficas
Bíblia de Estudo de Genebra
Bíblia de Estudo Shedd
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