O Destino Final da Igreja - Prof. André Nascimento CLIQUE PARA BAIXAR
Introdução:
No monte das oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram
dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão
estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século. Mt. 24.3
Existem
pelo menos quatro linhas de pensamento a cerca do milênio. Todos bem embasados
nas Sagradas Escrituras. Veremos três destes quatro pensamentos a seguir:
1.
Amilenismo
2.
Pré-milenismo
Histórico
3.
Pré-milenismo
Dispensacionalista
4.
Pós-milenismo
O nosso material de estudo serão o 1, 3 e 4, já que
os Pré-milenismos são bem parecidos e dentre esses o Dispensacionalismo nos
parece bem conflitante.
Já que nosso assunto em questão é sobre
o Reino
então, começaremos com a definição de cada linha sobre Reino.
Pós-milenista:
Não é uma realidade futura mas, presente, inaugurada
na primeira vinda de Cristo e que perdura durante o período da Igreja aqui na
terra. Não é um Reino político, nem corpóreo e que na medida em que o fim se
aproxima a Igreja segue para um crescimento sem precedentes.
Aspectos:
1.
Conversão
em massa da nação de Israel – Rm 11 (Não serão todos convertidos, mas, a
maioria)
2.
O
progresso da Igreja sem declínio
3.
Um
reinado de mil anos, mas, não literal
Amilenista:
O Reino é algo central, preterista e futurista.
Uns acreditam no cumprimento em parte do predito em
Mt. 24 no ano 70, ou seja, o anti-cristo foi Antíoco Epifânio e a grande
tribulação foi a perseguição de Roma à Igreja no 1° século, os que creem dessa
forma são os Amilenistas Preteristas.
E há os Amilenistas Historicistas que também crer
que parte dessa profecia se cumpriu no 1° século, mas, ainda resta o surgimento
do anticristo, a grande tribulação e logo em seguida o retorno de Cristo.
1.
Tradicional
2.
Progressista
Tradicional:
O evangelho foi trazido por Jesus, oferecido aos
judeus e rejeitado pelo mesmo, com isso Cristo adiou o Reino, abriu um
parêntese na história estendendo a salvação aos gentios, mas, antes do fim
restaurará o reino político e corpóreo de Israel e ambos, Israel e a igreja
viverão com Deus.
Sim. Deus tem dois povos.
Progressista:
Mantêm a expectativa do AT, onde Deus conserva suas
promessas espirituais e políticas acerca de Israel e que depois da volta de
Cristo, haverá o cumprimento das promessas para os judeus e a restauração de
Israel.
Não. Deus não tem dois povos, é um só povo, mas, com
tratamento diferenciado à Israel.
Conceito ou textos fundamentais que corroboram para
o pós-milenista
·
A
expansão do Reino
·
As
parábolas do Reino (o joio, o grão de mostarda, o fermento e a rede)
·
1
Cor. 15
·
Cristo
está reinando
·
Hb.
10.12-13 alusão a Sl. 110
Conceito ou textos fundamentais que corroboram para
o amilenista
·
O
sermão escatológico de Mt. 24 aponta para uma obra futura, mas, contém alguns
elementos já cumpridos no ano 70 na destruição do templo.
·
1
Tes. 4.13-18; 5.1-10 e 2 Tes. 2.3-4,7-9, Paulo corrobora com Mt. 24 e 1 Cor.
15, de que a volta de Cristo é precedida pelo domínio do anticristo e a grande
tribulação.
Conceito ou textos fundamentais que corroboram para
o dispensacionalista
·
O
NT ensina que em seu retorno Cristo cumprirá plenamente suas promessas do AT
referente ao reino (terreno, político e espiritual) sobre os homens e
especialmente sobre Israel, ou seja, possui um caráter judaico. Ap. 20.1-6
·
Em
At. 1.6 existe uma expectativa de restauração para Israel para os cristãos do I
século e em At. 3.21 vem a confirmação.
Hermenêutica
Pós-milenista
O NT interpreta o AT.
Ele lança luz, altera e invalida algumas leis.
Ex.:
Circuncisão é substituída pelo batismo
Páscoa é substituída pela ceia, ou seja, ler AT a
luz do NT.
Para se obter uma boa compreensão do Apocalipse é
necessário conhecer o AT.
Amilenista
Nem o AT está acima do NT nem o inverso, mas, eles
se completam.
Ex. 19 não é uma promessa para Israel, mas, para o
povo de Deus onde o Reino está se cumprindo.
Será que o Apóstolo Pedro errou quando interpretou
Jl. 2.28-32 em At. 2.16-21 ou Tiago errou quando interpretou Am. 9.11-12 em At.
15.16-17, eles eram orientados a testar a nova revelação à luz da antiga, ou
seja, o que foi prometido de forma terrena a Israel se cumpre de forma
espiritual na igreja. Rm. 11 e Gl. 3 não falam de um remanescente futuro, mas,
do ajuntamento de judeus e gentios.
Dispensacionalista
Dizer que um testamento interpreta o outro não é
saudável e não se pode dizer a forma que os autores do NT interpretaram o AT.
Os Apóstolos consideravam o AT estável e utilizavam
o método de interpretação que hoje chamamos de gramático-histórico.
Sl. 16.10-11 – At.2.27-28
Ex.: Rm 9.25...dizer que o que foi prometido à
Israel no AT se cumpre na igreja é modificar o significado do texto, o que foi
dito à Israel também se estende à igreja, mas, pertence à Israel.
Posicionamento para a escrita do livro do
Apocalipse: antes de 70 ou no final do I século (80-90).
Pós-milenista
·
A
base para acreditar que o livro do Apocalipse foi escrito depois de 70 são os
pais da igreja sendo Irineu o mais influente. Este é o mesmo Irineu que afirmou
que Jesus viveu cerca de 50 anos e que esteve com seus discípulos por 15 anos,
portanto, não acredito que o livro do Apocalipse tenha sido escrito após o ano
70.
·
As
profecias de Mt. 24 já se cumpriram
·
Apocalipse
foi escrito antes de 70
·
O
Apóstolo João está escrevendo as igrejas sofredoras daquele período
·
Muitas
das profecias do livro do Apocalipse já se cumpriram no ano 70
Amilenista
·
Recapitulação
é importante não para asseverar o amilenismo, mas, para a leitura do livro do
Apocalipse.
·
A
recapitulação é marca da leitura bíblica
·
Mt.
8.16-17 cita Is. 53......1Pe. 2.24-25 cita Is. 53
·
É
mais coerente ler o livro do Apocalipse por recapitulação do que por progressão
·
Se
tudo se cumpriu até o ano 70, ou seja, na destruição do templo em Jerusalém
então, Jesus deveria ter voltado imediatamente ao cumprimento da última
profecia de Mt. 24.14
Dispensacionalista
·
Visão
sucessiva do livro do Apocalipse, principalmente dos cap. 6 a 19 onde, os selos
levam as trombetas e as trombetas levam as taças, portanto uma sucessão de eventos.
·
Se
o cap. 20 recapitula alguma coisa, o que é que ele recapitula?
·
Do
cap. 18 a 21 é a transição da Babilônia para Jerusalém e no cap. 19 começa-se a
narrar a queda do triunvirato ou falsa trindade do cap. 3 (o diabo, a besta e o
falso profeta)
·
No
cap. 19 narra a queda da besta e do falso profeta e no cap. 20 a queda do
dragão “diabo”, isso é uma leitura natural dos fatos
Como entender o livro do Apocalipse
Pós-milenista
·
Não
entende de forma totalmente preterista, porém, os anúncios de tribulação em Mt.
24 já se cumpriram.
·
A
vinda de Cristo não será precedida por uma grande tribulação e nem sempre o
termo “vinda” implica dizer em uma vinda corpórea pode ser uma vinda em
juízo. Is. 19.1-2 (linguagem
apocalíptica)
·
A
parábola do joio, pois o campo é um campo de trigo e não de joio...o evangelho
será a norma e não a exceção
Amilenista
A expressão kai edon não é importante se sugere
ou não uma sequência, pois, no cap. 19 Cristo vence a besta e o falso profeta e
destrói as nações... o cap. 20 não pode ser uma sequência do cap. 19 pois, o
cap. 20 diz que satanás é amarrado para
não mais enganar as nações...o conteúdo é diferente.
Com certeza o cap. 20 é uma recapitulação do
restante do livro do Apocalipse.
Dispensacionalista
·
O
termo kai edon “e vi” apresenta sim uma sequência, se for lido de
forma natural isso se perceberá.
·
Se
o termo nações apenas se referisse a incrédulos o que não é verdade.
·
Existem
várias definições para nações em Apocalipse
·
O
que o cap. 20 recapitula?
Qual o papel de Apocalipse 20?
Pós-milenismo
·
Ele
não pode lançar luz nas Escrituras como um todo, por se tratar de um cap.
Simbólico em um livro extremamente simbólico.
·
Toda
a Escritura é que deve lançar luz sobre ele.
Amilenista
·
O
que existe hoje é um ambiente restrito em relação à atuação do diabo e não mais
o engano das nações como no AT.
·
Não
se pode também tomar uma palavra como “nação ou povo” e achar que ela terá
sempre o mesmo significado, pois, o que determina sua definição é seu uso
imediato no contexto.
·
O
termo “para que não mais enganasse as nações” Ap. 20.3 compreende o período
entre a 1ª e a 2ª vinda de Cristo
·
Todos
os povos Mc. 3.27; Jo. 12.31
·
Despojados
– o vencedor tirava as armaduras e as armas e desfilava com seus prisioneiros
NVI Hb. 2.14, ou seja, na morte de Cristo satanás foi derrotado.
Mil anos é parte da visão ou uma explicação da
visão?
Pós-milenista
João está vendo mil anos, é uma situação presente,
portanto, os mil anos é simbólico para demonstrar muito tempo.
Considerações
O livro do Apocalipse foi endereçado inicialmente
aos crentes que estavam suportando o martírio no período do Ap. João.
Do ano 64 até o ano 303 houve vários governantes em
Roma que eram cruéis dos quais citaremos apenas dois que foram contemporâneos
do Ap. João.
São eles:
Nero (64 dC)
Domiciano (95)
É claro que havia mais de 7 igrejas na Ásia
naquele período porém, o número 7
carrega a ideia de completo, fechado portanto, aqueles irmãos foram os
primeiros endereçados do apocalipse mas, este livro se estende a todas as
igrejas em todas as épocas pois, nele contém a vitória do cordeiro sobre
satanás e o triunfo da igreja com seu Cristo.
Visão geral sobre o Reino milenar
Pós-milenismo
Acreditam que a 2ª vinda de Cristo se dará após um longo
período de retidão e paz chamado milênio onde a maioria da humanidade será
convertida ao cristianismo.
Os mil anos não são literais
Essa corrente foi muito forte nos séculos XVII,
XVIII e XIX, esse foi o ponto de vista defendido praticamente por todos os
grandes protestantes e comentaristas evangélicos conservadores do século XIX.
Homens como Jonathan Edwards, Charles Hodge e Benjamim Warfield eram defensores
do pós-milenismo.
As duas grandes guerras do século XX, a libertinagem
e o ateísmo em progressão parecem que pôs em xeque a ideia pós-milenista, pois,
o que constatamos na história é um período de declínio em que os homens se
afastam da moralidade e do amor, convergindo dessa forma para uma futura
apostasia.
Amilenismo
Não acreditam num milênio literal. Creem que o
milênio está compreendido entre a 1ª e a 2ª vinda de Cristo.
Antony Hoekema diz que hoje vivemos a tensão do “já”
e o “ainda não”. Já estamos no Reino, mas ainda não em sua plenitude. O Reino
já chegou. Ele está dentro de nós, mas ainda não em sua consumação final.
Ele defende ainda que a melhor forma de leitura do
livro do Apocalipse é o paralelismo progressivo. De acordo
com este ponto de vista, o livro consiste de sete seções paralelas entre si,
cada uma delas descrevendo a igreja e o mundo desde a época da primeira vinda
de Cristo até a Sua segunda vinda.
Pré-milenismo
Histórico
Até o IV século foi a posição oficial da igreja
primitiva. Os pais da igreja como Justino, o mártir, Tertuliano, Lactâncio, Papias,
Irineu e Hipólito , escreveram sobre a tribulação pela qual a igreja passaria.
Pré-milenismo
Dispensacionalista
Descreve a vinda de Cristo antes do milênio,
consistindo de dois estágios: o primeiro, um arrebatamento secreto removendo a
igreja antes de a grande tribulação devastar a terra; o segundo, Cristo vindo
com Seus santos para estabelecer o Reino milenar.
Um dos maiores fatores para o crescimento do
dispensacionalismo foi a Bíblia anotada de Scofield. Essa Bíblia foi publicada
em 1909 e tem larga aceitação em quase todo o mundo. Scofield divide a Bíblia
em sete dispensações:
1ª A inocência – desde Adão até a queda;
2ª A consciência – desde a queda até o dilúvio;
3ª O governo humano – desde Noé até Abraão;
4ª A promessa – desde Abraão até Moisés;
5ª A lei – desde de Moisés até o calvário;
6ª A graça – desde o calvário até a grande
tribulação;
7ª O reino – desde a grande tribulação até o reinado
de Cristo por mil anos na terra.
Dentro dessa visão a igreja é apenas um parêntesis
na história. Os dispensacionalistas têm alguns ensinamentos estranhos às
Escrituras.
1.
Distinção
entre igreja e Israel no tempo e na eternidade
2.
O
Reino de Deus adiado para um milênio terreno
3.
A
crença num arrebatamento secreto, seguido de uma segunda vinda visível
4.
A
ideia de que a igreja não passará pela grande tribulação (a igreja será poupada
da ira de Deus), mas não da grande tribulação. A tribulação não é a ira de Deus
sobre os pecadores, mas, sim, a ira de Satanás, do anticristo e dos ímpios
contra os santos.
5.
A
ideia de que teremos várias ressurreições
6.
A
ideia de que haverá chance de salvação depois da segunda vinda de Cristo
E será pregado este evangelho do reino por todo o
mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim. Mt. 24.14
Fontes de pesquisa
Comentário Expositivo do livro do Apocalipse –
Reverendo Hernandes Dias Lopes
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