Livro: Malaquias
Capitulo: 2.1-17
Introdução:
Com o livro
de Malaquias, último dos doze que formam o grupo dos chamados Profetas Menores,
encerra-se o bloco da literatura profética da Bíblia e coloca-se o ponto final
à última página do Antigo Testamento. O texto de Malaquias caracteriza-se pelo
tom polêmico com que aborda os diversos temas. A própria estrutura literária da
mensagem é uma espécie de discussão retórica, de diálogo com os seus
destinatários, a cujas perguntas e objeções o profeta responde.
É confrontar o povo com seus
pecados e restaurar seu relacionamento com Deus.
Texto chave:
Se
o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz
o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós e amaldiçoarei as vossas
bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração. Malaquias 2:3
Exposição
de Malaquias:
2.1 para vos outros. A mensagem em forma de sentença tem um
destino, os sacerdotes.
Obs.: Alguns anos já havia se passado, o povo retornando
a terra prometida, porém o esfriamento e descaso com as coisas de Deus estavam
evidentes. Deus envia agora o profeta Malaquias com uma mensagem em forma de
sentença, sentença essa que revela um Deus cheio de Graça, porém que não
deixará de aplicar sua justiça.
2.2-4 enviarei sobre vós a maldição.
Obs.: Claramente vemos aqui o quanto Deus é misericordioso,
porém justo, e não tem o inocente por culpado nem o culpado por inocente. O que
verificamos aqui é a justiça de Deus aplicada os atos impensados, que faz Deus
aplicar sua justiça mediante a responsabilidade humana.
Amaldiçoarei as vossas bênçãos. As bênçãos
que o texto se refere podem ser tanto as bênçãos físicas e materiais prometidos
aos sacerdotes que recebiam os dízimos do povo (Números 18.21), quanto os
pronunciamentos de bênção proferidos pelos sacerdotes no momento dos
sacrifícios (Números 6.24-27), que, por conseguinte se tornariam em maldição.
2.5-6 de vida e de paz. O propósito central de Deuteronômio visa mostrar a
relação entre a obediência à aliança e a vida. O compromisso com Deus leva a
uma vida abundante.
Deuteronômio 28.20
O
Senhor enviará sobre vocês maldições, confusão e repreensão em tudo o que
fizerem, até que vocês sejam destruídos e sofram repentina ruína pelo mal que
praticaram ao se esquecerem dele.
2.7 lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento. Esdras 7.10; Oseias 4.6. A relação entre o verdadeiro
conhecimento do Senhor e a instrução sacerdotal na lei
2º
Crônicas 15.3
“Israel
esteve por muito tempo sem o verdadeiro Deus, sem sacerdote que o ensinasse e
sem lei.”
2.8 vós vos tendes desviado do caminho. Neemias 13.29. As atitudes dos sacerdotes e suas
ações demonstraram ser um mau exemplo para o povo. Eles abandonaram o seu
verdadeiro chamado de ensinar e praticar a verdade.
2.9 mostrastes parciais no aplicardes a lei. A base para esta censura é o caráter de Deus. Deus
“não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno” (Deuteronômio 10.17; cf. Levítico
19.15). Possivelmente os sacerdotes estavam favorecendo os ricos e poderosos da
sociedade.
Obs.: O principio que regula o culto, a Deus, é baseado em
uma adoração cristocêntrico. Aqui o profeta Malaquias (o Mensageiro), surge com
uma mensagem em forma de sentença, demonstra que o povo estava longe do
verdadeiro culto. Deus havia abençoado o povo, o templo estava erguido e o povo
deveria prestar culto, porém não sem compromisso ou com desrespeito ao Deus de
Israel. É o que o profeta denuncia.
2.10-16 A
falta de fidelidade para com Deus leva ao colapso nas relações humanas.
Malaquias fala acerca de dois problemas. O casamento com esposas idólatras (vs. 10-12) e
o divórcio
das esposas israelitas (vs. 13-16) são rigorosamente reprovados.
Obs.: Aqui o profeta faz duas fortes denuncias, o povo de
Israel estava contraindo casamento com mulheres idolatras e o que é ainda mais
grave, separando-se de suas mulheres Israelitas para casarem com mulheres idolatra.
Uma forte denuncia, aos sacerdotes, que tentavam justificar seu pecado
responsabilizado Deus por toda desgraça no meio do povo.
O casamento
no Judaísmo é visto como um vínculo contratual entre um homem e uma mulher,
através do qual eles se unem para criar uma família. Embora a procriação não
seja o único propósito, um casamento judaico também é esperado para cumprir o
mandamento de ter filhos. O foco principal centra-se em torno do relacionamento
entre o marido e a esposa. No nível espiritual, o casamento é entendido como o
significado de que o marido e a esposa estão se fundindo para formar uma única
alma. É por isso que um homem é considerado "incompleto" se ele não
for casado, como sua alma é apenas uma parte de um todo maior que continua a
ser unificada.
Relações
sexuais regulares são esperadas entre o marido e a mulher. Esta obrigação é
conhecida como "onah". Na tradição Judaica, as relações sexuais no
casamento constituem-se em mandamento religioso.
Pecado é a Causa de Divórcio
Obs.: Nos casos de todos os divórcios na Bíblia (há muitos) não
há outra razão de divórcio senão o pecado.
No Velho Testamento
A Lei não
permitiu divórcio (Deuteronômio. 22.13-21). A parte infiel foi morta pelo
apedrejamento. Depois, evidentemente por causa da insistência do povo, o
divórcio foi permitido com qualificações.
Em todo
caso, foi só por causa de pecado (Deus 24.1 coisa indecente).
Deuteronômio
24.1
Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela,
então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa
indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá
da sua casa.
No
Novo Testamento
Mateus
5.31-32 por causa de prostituição. Mateus 19.8 por causa da dureza dos vossos
corações. Dureza de coração significa um coração duro, seco; destituição de
percepção espiritual.
2.10 o
mesmo Pai. Alguns interpretam isto como se referindo a Abraão (Isaias
51.2). Mais provavelmente isso se refere a Deus (1.6; Êxodo 4.22, 23; Deuteronômio
32.6; Isaias 63.16; 64.8; Jeremias 3.4, 19; 31.9).
2.11-13 sido
desleal. Este verbo é usado cinco vezes nos vs. 10-16. É usado em Jeremias
3.20 para se referir à infidelidade marital.
Abominação.
A palavra hebraica aqui, notavelmente empregada em Deuteronômio, refere-se às
práticas religiosas idólatras (Deuteronômio 7.25, 26; 12.31; 13.14; 18.12).
Também pode referir-se à transgressão sexual (Levítico 18.22, 26, 29, 30; Deuteronômio
24.4).
Profanou o santuário do SENHOR. A palavra hebraica traduzida por “santuário” também
pode ser entendida como se referindo ao próprio povo (“santa semente” Isaias
6.13; Esdras 9.2). É o povo que é amado por Deus e que se corrompe pela
desobediência em suas práticas de casamento.
Casou com adoradora de deus estranho. Esta frase refere-se a casar-se com uma mulher ainda
comprometida com um deus estranho — uma idólatra fora da aliança (Genesis 24.3,
4; Êxodo 34.12-16; Deuteronômio 7.3,4; Josué 23.12; 1º Reis 11.1-10). A
proibição contra o casamento com não crentes continua no Novo Testamento (1º Coríntio
7.39; 2º Coríntios 6.14).
2.14 Mulher
da tua mocidade.
A fidelidade da aliança de Deus deve ser espelhada nas
relações de casamento do seu povo (Provérbios 2.17; Efésios 5.22-33).
2.15 Um. Genesis
2.24.
2.16 Odeia e Repudia.
Vestes.
Entrar num casamento e obter uma esposa é, às vezes, representado pelo cobrir
com vestes (Rute 3.9; Ezequiel 16.8-12).
Rute
3:9
E disse ele: Quem és tu? E ela disse: Sou Rute, tua serva; estende,
pois tua capa sobre a tua serva, porque tu és o remidor.
Ezequiel 16:8-12
E, passando eu junto de ti, vi-te, e eis que o teu
tempo era tempo de amores; e estendi s;obre ti a aba do meu manto, e cobri a
tua nudez; e dei-te juramento, e entrei em aliança contigo, diz o Senhor DEUS,
e tu ficaste sendo minha. Então te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue,
e te ungi com óleo. E te vesti com roupas bordadas, e te calcei com pele de
texugo, e te cingi com linho fino, e te cobri de seda. E te enfeitei com
adornos, e te pus braceletes nas mãos e um colar ao redor do teu pescoço. E te
pus um pendente na testa, e brincos nas orelhas, e uma coroa de glória na
cabeça.
2.17 Os
cínicos religiosos acusam o Senhor de injustiça. Deus responde com a promessa
de que ele enviará um mensageiro que preparará o caminho diante dele e então
retornará para o seu templo. Sua presença no meio de um povo ímpio requer
julgamento e purificação graciosa (3.2,3). Ele transformará o coração dos
levitas que passarão a oferecer sacrifícios em justiça novamente. O juízo será
severo (3.5). O Senhor
mesmo será a principal testemunha para a acusação do seu povo.
Conclusão:
Enfadais o SENHOR em Isaias 43.24 temos a seguinte expressão; “Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a
gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste, mas me deste trabalho com os teus
pecados, e me cansaste com as tuas iniquidades”. Em Malaquias as
ofensas giram em torno da rejeição cínica do governo moral de Deus e o contínuo
espírito insolente que constantemente coloca Deus à prova.
André Santos
Administrador do blog
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