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Ao Senhor pertence a salvação. Jonas 2:9  

BBC Brasil - Primeira página

domingo, 20 de setembro de 2015

Salvação

Prof. André Santos
Texto base: Romanos 3.21-31

Texto chave:

Romanos 3.25

Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos.

Introdução:

O julgamento divino contra os pecados anteriormente cometidos. Motivou Deus a exercer seu eterno amor, oferecendo Cristo na cruz do calvário, o que satisfez a necessidade propiciatória produzindo perdão e justificação. Paulo é cuidadoso ao indicar que o sacrifício de Cristo não fez Deus nos amar mais ou menos. A verdade expressa no texto é que “o amor de Deus levou-o a oferecer o seu Filho, Jesus Cristo, como propiciação”. (5.8; 8.32; Jo 3.16).

Obs.: Algumas verdades no texto precisam ser analisadas a luz das escrituras, pontos fundamentais para a compreensão do propósito para qual o texto foi escrito, o que nos levará ao perfeito entendimento das sagradas escrituras.

Considerações que devemos aplicar ao texto:

1. Para propiciação: Em João 3.16 a bíblia deixa claro que, “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira”. Alguns insistem na ideia de que Deus enviou Jesus a fim de conceder salvação a todos, sem exceção, visando a propiciação, ou seja. O louvor de sua eterna Gloria Mas, porém isso somente como uma possibilidade. Contudo, Jesus deixa bem claro que a salvação é daqueles que "o Pai lhe dá" - e somente destes - não é uma mera possibilidade, mas certeza absoluta. E "o que vêm a mim" (6.37-40; 10.14-18; 17.19) "de modo nenhum o lançarei fora". A verdade expressa pela palavra "mundo" é que a obra salvífica de Cristo não é limitada a tempo e lugar, porém aplica-se aos eleitos de todas as partes do mundo.

Vejamos o texto:

João 6.37,38 - Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou.

2. Mediante a fé: A ênfase de Paulo em Romanos 3.22 é reiterada, e, portanto, é destacada. "Mediante" indica o meio de nós termos sido ligados à retidão de Cristo. A fé é a causa instrumental, e não a causa final da justificação. Paulo torna explicito o que está implícito em outras passagens no Novo Testamento a respeito da fonte ultima da fé salvadora.

Vejamos alguns textos:

Atos 13.48 - Ouvindo isso, os gentios alegraram-se e bendisseram a palavra do Senhor; e creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna.

Filipenses 1.29 - Pois a vocês foi dado o privilégio de, não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele.

Tiago 2.14 - De que adianta meus irmãos, alguém dizer que tem fé se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo?

Obs.: O ponto crucial da relação entre fé e obras, leva a pergunta em pauta: Que tipo de fé é salvadora? A pergunta de Tiago é retórica; a resposta óbvia é que a fé sem obras não pode salvar. A fé que não produz nenhuma ação não é uma fé salvadora. O Novo Testamento não fala de uma justificação através de uma profissão de fé ou de uma afirmação de fé; ele ensina justificação através da possessão de uma fé verdadeira. Que nos foi concedida por intermédio da ação Divina no homem.

3.  Pelo seu sangue: Quer dizer, uma remissão dos pecados. “sem derramamento de sangue não há remissão.” O sangue foi derramado, e há, portanto, esperança no tocante à remissão. Apesar dos severos requerimentos da Lei, a remissão não deve de ser abandonada. A palavra remissão quer dizer: saldar dívidas. Assim como o pecado é uma divida contraída com Deus, assim também essa dívida pode ser apagada, cancelada e suprimida. O pecador, o devedor de Deus, deixar de estar em dívida por compensação, por uma plena quitação, e pode ficar livre em virtude dessa remissão.

4. Demonstrando a sua justiça: A obra de Cristo revela tanto a justiça de Deus (ele pune o pecado na pessoa de seu próprio Filho, Romanos 8.32) como a retidão do caminho divino da salvação, mediante a "fé em Jesus". Ao tratar com Cristo como o portador do pecado, e com a pessoa humana como pecadora, Deus não compromete de maneira alguma a sua própria santidade, e nem a
necessidade dos pecados serem expiados. Contudo, ele proveu graciosamente a salvação que a humanidade era incapaz de obter. Quanto a esse aspecto, Paulo via a Cruz de Cristo como a manifestação da gloriosa sabedoria de Deus (1 Co 1.23,24).

Vejamos alguns textos:

Romanos 3.26 - Mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

1 Coríntios 1.23-24 - Nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus.

Gálatas 3.11 - É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois "o justo viverá pela fé".

Sola fide:

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” Efésios 2:8-9 Somente pela fé, e unicamente por ela, o pecador é salvo com base nos méritos eternos de Cristo. Sendo assim, a presente sola reafirma os três solas anteriores (Sola Gratia, Solus Christus e Sola Scriptura). A Escritura é o meio pelo qual Cristo é revelado, sendo este o alvo da fé, sendo que a fé é um presente concedido graciosamente por Deus “e isto (a fé) não vem de vós”. Somente pela fé na pessoa e obra de Cristo é o meio pelo qual Deus declara o pecador injusto em justo. A necessidade de tal ato se dá por causa da nossa total inabilidade e capacidade para satisfazer a justiça de Deus. Porque somos pecadores, todas as nossas obras estão corrompidas pelo pecado e, portanto, são inúteis a Deus, ou como a própria Escritura trata (Isaías 64:6), como algo podre.


5. Havia deixado impunes: Deus demorou em castigar o povo desobediente de Israel para manter a honra do seu próprio nome. Se Deus tivesse praticado a justiça na hora, a primeira vez que Israel pecou, ele nunca teria cumprido a promessa de oferecer salvação para todos nós através do descendente de Abraão (Gênesis 12:3). No Novo Testamento, Paulo usa a palavra longanimidade para descrever essa demora em castigar. A justiça aplicada sem longanimidade teria resultado na condenação de todos, até de nós! Deus temporariamente poupou um povo para salvar muitos outros.

Vejamos alguns textos:

Isaías 48.9 - Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para contigo, para que te não venha a exterminar.

Romanos 9.22-24 - Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
   
Exposição do Texto

3.21     Mas agora. A lei de Moisés, vista como uma demanda, não pode salvar. Não obstante, o evangelho não é contrário à lei de Moisés (1.2). O evangelho já tinha sido proclamado tanto pela "Lei" como pelos "Profetas". Mas "agora" (o tempo transbordante da significação remidora, por causa da vinda de Cristo; v. 26), a justiça de Deus chega ao seu cumprimento histórico, através de Cristo e Sua missão.

Sem lei. A justiça para com Deus não é obtida pelos nossos atos de obediência à lei. Não obstante, Paulo insiste em que o evangelho não anula a lei (v. 31; 6.15; 8.3,4; 13.8,10).

3.22     mediante a fé em Jesus Cristo, para todos... Os que creem. A justiça de Deus deve ser recebida, agora que ela foi "revelada" (v. 21). Para Paulo, o ato de crer envolve o conhecimento do conteúdo do evangelho, o assentimento mental ao seu testemunho acerca de Cristo (10.14), e a confiança obediente e a dependência a ele como Salvador e Senhor (1.5). A retidão de Deus destina-se exclusivamente àqueles que têm fé ("porque não há distinção; pois todos pecaram e carecem da glória de Deus"), sem importar se são judeus ou gentios (1.16,17).

3.23     carecem da glória de Deus. Ver "Pecado Original e Depravação Total", em Sl 51.11. Uma pungente descrição das consequências do pecado. Criada à imagem do Deus glorioso (Gn 1.26,27), a humanidade trocou a glória divina pela idolatria (1.23), e distorceu a imagem divina. Agora, as pessoas estão moral e espiritualmente repulsivas e depravadas. A graça renova e restaura a glória perdida da humanidade no caso dos crentes (5.2; 8.18; 1Co 15.42-49; 2Co 3.18; Ef 4.24; Fp 3.20,21; Cl 3.10).

3.24     sendo justificados. Nas Escrituras, a justificação é o contrário da condenação (p.ex., Pv 17.15). É a declaração que diz que o pecador que crê é justo, e isso devido à retidão imputada de Cristo, o "dom da justiça", conforme lemos em 5.17. Agora a justiça de Cristo é legalmente considerada como possessão do pecador crente. A justificação é algo final e irreversível (8.1,33,34). Está alicerçada sobre a obediência da vida inteira de Cristo, na qual ele cumpriu os preceitos de Deus por nós, e em sua morte na cruz, quando pagou a pena do julgamento divino que era contra nós. Os crentes compartilham atualmente da posição justa, tanto quanto a do Cristo ressurreto, com quem eles estão unidos desde agora e pra sempre (2Co 5.21).

Gratuitamente, por sua graça. A reiteração da mesma idéia, mediante palavras diferentes, enfatiza a iniciativa e a misericórdia divina por nos ter concedido livremente a nossa salvação.

A redenção. Liberdade obtida por meio do pagamento de um preço; neste caso específico vemos a soltura da condição anterior de escravidão ao pecado. Isso foi realizado através da morte de Cristo, o preço da redenção pago pela nossa salvação (Mc 10.45; 1Tm 2.6 e Hb 9.15).

3.25     a quem Deus propôs. Cristo morreu como um sacrifício propiciatório, que satisfaz o julgamento divino contra os pecadores, produzindo perdão e justificação. Mas Paulo é cuidadoso ao indicar que o sacrifício de Cristo não fez Deus nos amar. O contrário é que exprime a verdade — o amor de Deus levou-o a oferecer o seu Filho (5.8; 8.32; Jo 3.16).

Mediante a fé. A ênfase do v. 22 é reiterada, e, portanto, é destacada. "Mediante" indica o meio de nós termos sido ligados à retidão de Cristo. A fé é a causa instrumental, e não a causa final da justificação.

3.26     a manifestação da sua justiça. A retidão judicial de Deus fica demonstrada no evangelho. Sob o sistema mosaico de sacrifícios, o perdão era oferecido através (mas não à base) de sacrifícios de animais. Conforme o Novo Testamento reconhece (Hb 9.11-15; 10.1-4), tais sacrifícios não podem servir de substituto pelos pecados dos seres humanos. A real significação dos sacrifícios veterotestamentários jaz na maneira como apontavam para Cristo, por meio de quem Deus cuidaria do pecado humano, de maneira apropriada e definitiva. Em face do que ele faria mais tarde, Deus podia, com justiça, passar por cima dos "pecados anteriormente cometidos" (v. 25). A obra de Cristo revela tanto a justiça de Deus (ele pune o pecado na pessoa de seu próprio Filho, 8.32) como a retidão do caminho divino da salvação, mediante a "fé em Jesus" (v. 26). Ao tratar com Cristo como o portador do pecado, e com a pessoa humana como pecadora, Deus não compromete de maneira alguma a sua própria santidade, e nem a necessidade dos pecados serem expiados. Contudo, ele proveu graciosamente a salvação que a humanidade era incapaz de obter. Quanto a esse aspecto, Paulo via a Cruz de Cristo como a manifestação da gloriosa sabedoria de Deus (1Co 1.23,24).

3.27     Onde, pois, a jactância. O ponto salientado em 2.17,23 vem novamente à superfície. Visto que tanto os judeus quanto os gentios estão debaixo da ira, por causa de seu pecado, e visto que a lei não protege os judeus, mas antes, revela a condenação deles, e visto que o evangelho desmascara a injustiça do indivíduo, ao mesmo tempo em que revela a justiça de Deus, ninguém, nem mesmo um judeu, tem qualquer base para jactar-se (4.2,3). De fato, a jactância fica "excluída", visto que somente a fé (vs. 27,28,30), e não as realizações humanas, traz a salvação.

3.28     justificado pela fé. Gl 3.11.

3.30     Deus é um só. A salvação não nos é dada por sermos possuidores da lei. Isso subentende que a salvação foi posta à disposição de outras pessoas, e não somente à disposição dos judeus. Paulo confirma essa verdade, em face da oposição judaica, apelando para a confissão fundamental da religião do Antigo Testamento, que Deus é um só (Dt 6.4). Esse princípio já havia sido deixado implícito, nas acusações legais dos profetas do Antigo Testamento, contra as nações, por causa dos pecados delas, e contra os judeus, por causa dos pecados deles (p.ex., Am 1.2). Paulo salientou que a justificação vem aos judeus ("os circuncisos") e aos gentios ("os incircuncisos") de uma mesma maneira — exclusivamente pela fé.

3.31     Anulamos, pois, a lei pela fé. Ver "Antinomismo", em 1Jo 3.7. Paulo estava rejeitando a lei como caminho da salvação. Mas visto que a lei, como demanda moral, não foi dada aos pecadores a fim de justificá-los (vs. 19,20), o princípio da salvação pela graça divina, mediante a fé, não pode ser contradito pela lei. Conforme ele demonstrou mais adiante, o evangelho sustém e fomenta o alvo final da lei (8.3,4; 13.8-10).





FONTE

Projeto Spurgeon – Proclamando a CRISTO crucificado.

Bíblia de Estudo de Genebra

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