ATOS DOS APOSTOLOS
Prof. André Santos
AUTOR E
PROPÓSITO FINAL DO LIVRO

VEJA O RELATO DE LUCAS 1:1-3
¹Muitos
já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós,
²Conforme nos foram transmitidos por
aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra. ³Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente,
desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo
Teófilo,
CONTEÚDO
O
acontecimento da ascensão aparece marcado para Lucas pela afirmação de Jesus “e
serão minhas testemunhas” (1.8). Sob o signo dessas palavras irá desenrolar-se
a história inteira da Igreja nascente. A ascensão assinala o começo da
atividade do Espírito Santo na Igreja, a qual é edificada sobre o fundamento da
fé em Cristo e guiada adiante até a sua plenitude gloriosa de novo povo de
Deus.
O título
Atos dos Apóstolos, que não foi posto no texto pelo seu próprio autor, mas pela
Igreja do séc. II, não corresponde em todos os seus aspectos ao conteúdo da
narração. Com efeito, o livro só ocasionalmente ocupa-se com o grupo dos Doze
(incluído já Matias, de acordo com 1.26). A sua atenção não se dirige aos apóstolos
em geral, senão em particular a determinados personagens, especialmente ao
apóstolo Pedro e, sobretudo, a Paulo. Os trabalhos e discursos de Pedro e de
Paulo são os principais centros de interesse de Lucas. O seu propósito é
documentar os primeiros passos da difusão do evangelho de Jesus Cristo e o modo
pelo qual o Espírito de Deus dava impulso naquele tempo ao
crescimento da Igreja “tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (1.8). Jerusalém é o lugar onde começa a história da atividade apostólica. Ali é onde se congrega e organiza a Igreja-mãe; ali se dão as primeiras manifestações do Espírito Santo; ali morre Estevão, primeiro mártir da fé cristã; ali se escutam as primeiras mensagens evangélicas, e dali partem os primeiros enviados a anunciar fora dos limites palestinos à mensagem da salvação. A esses acontecimentos e ao desenvolvimento da comunidade de Jerusalém aparece estreitamente vinculada a pessoa de Pedro. No entanto, mais interessado ainda se mostra Lucas na figura de Paulo, o missionário, o homem que foi capaz de renunciar aos seus antigos esquemas mentais e religiosos para, de todo o coração, proclamar a Jesus Cristo diante de quantos quiseram escutá-lo (At 13.46; ver Rm 1.16; 1 Co 9.20; Gl 2.7-10). A fé e a vitalidade de Paulo representam para Lucas a energia interna do Evangelho, que em breve e de forma irresistível haveria de alcançar o coração do Império Romano. A chegada de Paulo a Roma (28.11-31) põe ponto final a Atos dos Apóstolos, um drama velozmente desenrolado que partiu com ímpeto de Jerusalém poucos anos antes.
crescimento da Igreja “tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (1.8). Jerusalém é o lugar onde começa a história da atividade apostólica. Ali é onde se congrega e organiza a Igreja-mãe; ali se dão as primeiras manifestações do Espírito Santo; ali morre Estevão, primeiro mártir da fé cristã; ali se escutam as primeiras mensagens evangélicas, e dali partem os primeiros enviados a anunciar fora dos limites palestinos à mensagem da salvação. A esses acontecimentos e ao desenvolvimento da comunidade de Jerusalém aparece estreitamente vinculada a pessoa de Pedro. No entanto, mais interessado ainda se mostra Lucas na figura de Paulo, o missionário, o homem que foi capaz de renunciar aos seus antigos esquemas mentais e religiosos para, de todo o coração, proclamar a Jesus Cristo diante de quantos quiseram escutá-lo (At 13.46; ver Rm 1.16; 1 Co 9.20; Gl 2.7-10). A fé e a vitalidade de Paulo representam para Lucas a energia interna do Evangelho, que em breve e de forma irresistível haveria de alcançar o coração do Império Romano. A chegada de Paulo a Roma (28.11-31) põe ponto final a Atos dos Apóstolos, um drama velozmente desenrolado que partiu com ímpeto de Jerusalém poucos anos antes.
DIVISÃO DO LIVRO
O conteúdo
do livro admite diversas análises, baseadas nos movimentos dos seus personagens
mais importantes. A partir dessa perspectiva histórico-geográfica pode-se dividir
o relato em três etapas diferentes:
Primeira etapa:
Jerusalém
(2.1—8.3). Depois da ressurreição e da ascensão de Jesus ao céu (1.4-11),
Jerusalém é cenário da formação do núcleo cristão mais antigo da história
(1.12-26). Ali veio sobre os discípulos o Espírito Santo no dia de Pentecostes
(2.4), e ali se deram os primeiros passos para a organização da Igreja
(2.41—8.3).
Segunda etapa:
Judéia e
Samaria (8.4—9.43). A perseguição contra os cristãos desencadeada após o
martírio de Estevão (6.9—7.60) obrigou muitos deles a saírem de Jerusalém e a
se dispersarem “pelas regiões da Judéia e Samaria” (8.1). Esse fato veio a
favorecer a propagação do evangelho, que já por aquele tempo havia alcançado
diversos pontos da Síria e Palestina (4.4-6,25-26; 9.19,30-32,35-36 38,42-43).
Terceira etapa:
“até aos confins
da terra” (10.1—28.31).
a)
Deus,
no caminho de Damasco, havia chamado Saulo de Tarso (7.58; 8.1,3; 9.1-30;
22.6-16; 26.12-18), para fazer dele “um instrumento escolhido para levar” o
nome de Jesus aos gentios (9.15). Por outro lado, os crentes “que foram
dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estevão se espalharam até à
Fenícia, Chipre e Antioquia” (11.19), e desse modo abriram-se as portas ao
evangelho em lugares até então totalmente pagãos.
b)
Paulo
empreende a sua atividade missionária. No transcurso de três viagens, percorre
territórios do sul e oeste da Ásia Menor, penetra na Europa pela Macedônia e
chega até a Acaia (13.1—14.28; 15.36—18.22; 18.23—20.38). A sua passagem está
marcada pelo nascimento de novas igrejas, de que ele é primeiro, fundador, e
depois, mentor e conselheiro e com as quais mantém um cordial relacionamento,
seja em pessoa ou por escrito.
c)
Ao
término do seu terceiro percurso apostólico, regressa a Jerusalém (21.1-15), em
cujo Templo é preso (21.27-36). Os últimos caps. de Atos descrevem com especial
detalhe os incidentes da viagem de Paulo a Roma, aonde o conduzem para ser
julgado perante o tribunal imperial, a que ele havia apelado fazendo uso do
direito que lhe outorgava a cidadania romana (22.25-29; 23.27; 25.10-12). O
livro conclui com a chegada do apóstolo a Roma e o início da sua atividade
naquela cidade (28.14-31).
Obs.: O
autor de Atos manifesta-se em ocasiões como testemunha presencial do que está
relatando. A narração utiliza então a primeira pessoa do plural: “nós”
(16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16), de modo que o escritor inclui-se entre as
pessoas que acompanham o apóstolo no seu trabalho.
ESTILO LITERÁRIO
O estilo
de Atos é elegante e rico em vocabulário. Lucas possui um notável domínio da
gramática e dos recursos linguísticos do grego de seu tempo (koiné) e,
inclusive, do clássico (ático). Talvez o conjunto da sua obra seja
representativo dos primeiros esforços realizados para apresentar a fé cristã
aos níveis mais cultos da sociedade romana.
LUGAR E DATA DA COMPOSIÇÃO
Não
existem dados que permitam precisar a data nem o lugar da composição deste
livro. Muitos pensam que foram publicados uns vinte e cinco ou trinta anos
depois da morte de Paulo, aproximadamente durante a década dos anos oitenta.
ESBOÇO
Prólogo
(1.1-26)
1.
Pregação do evangelho em Jerusalém (2.1—8.3)
A. O
primeiro Pentecostes cristão (2.1-42).
B. A vida
dos primeiros cristãos (2.43—5.16)
C. As
primeiras perseguições (5.17—8.3).
2.
Pregação do evangelho em Samaria e Judéia (8.4—9.43)
3.
Pregação do evangelho aos gentios (10.1—28.31)
A.
Atividade de Pedro (10.1—12.25).
B.
Primeira viagem missionária de Paulo (13.1—14.28).
C. A assembleia
de Jerusalém (15.1-35)
D. Segunda
viagem missionária de Paulo (15.36—18.22)
E.
Terceira viagem missionária de Paulo (18.23—20.38)
F. Prisão
de Paulo e viagem a Roma (21.1—28.31).
FONTE DE PESQUISAS
Bíblia ILÚMINA
– A bíblia do século XXI
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