Uma Breve Exposição
de Atos cap. 21 a 24
Então Paulo respondeu: "Por que
vocês estão chorando e partindo o meu coração? Estou pronto não apenas para ser
amarrado, mas também para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus". (Atos 21.13)
Introdução:
O
autor do livro de Atos (Lucas) tinha vários propósitos. Inicialmente no cap. 1 e
versículos 1, 2 ele indica que no evangelho houve o relato da vida de Jesus até
o momento da ascensão, posteriormente Lucas revela também um tema geral para o
livro que ele mesmo nos apresenta da seguinte forma.
1º
O
Senhor irá expandir o seu trabalho “em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e
até os confins da terra” (Atos 1.8).
2º
O
livro de Atos é chamado “Atos dos Apóstolos”, mas Lucas esboça apenas os
ministérios de Pedro (entre os caps. 1-12) e de Paulo (entre os caps. 13-28).
Observação:
Alguns
têm detectado, em Lucas, a intenção de defender o cristianismo ou de demonstrar
que este não representava uma ameaça ao império romano. O livro de Atos é um
mapa do progresso da igreja pelo mundo antigo, mostrando o surgimento da
presente era.
Objetivo:
O
objetivo encontrado no livro de Atos, ao qual Paulo dedica toda sua vida, é testemunhar
do evangelho expandindo por toda região (Jerusalém, Judéia, Samaria e aos
confins da terra), pois para Paulo o mais precioso era anunciar Cristo.
Salvação para Judeus e Gentios.
Capitulo 21 – Acontecimentos
marcantes
21.4 movidos pelo Espírito. Paulo não era desobediente; o
Espírito Santo o estava compelindo, ou seja, direcionando Paulo a Jerusalém (vejamos
Atos 20.22). Foi através do Espírito que os amigos de Paulo entenderam que logo
ele iria sofrer prisão e aflições (vejamos 20.23) e em resposta a esta
revelação eles tentaram persuadir Paulo “que não fosse a Jerusalém”.
Vejamos a convicção de Paulo, em sua expressão.
“Agora, compelido pelo Espírito,
estou indo para Jerusalém, sem saber o que me acontecerá ali, senão que, em
todas as cidades, o Espírito Santo me avisa que prisões e sofrimentos me
esperam. Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum
para mim mesmo, se tão somente puder terminar a corrida e completar o
ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça
de Deus. Agora sei que nenhum de vocês, entre os quais passei pregando o Reino
verá novamente a minha face” Atos 20.22 a 25.
Filipe... Um dos sete. Um
dos sete escolhidos para tomar conta da distribuição de comida (6.1-6). Ele
havia pregado aos samaritanos, ao eunuco etíope e ao povo ao longo da costa
palestina (cap. 8).
Naqueles dias, crescendo o número de
discípulos, os judeus de fala grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala
hebraica, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de
alimento. Por isso os Doze reuniram todos os discípulos e disseram: Não é certo
negligenciarmos o inistério da palavra de Deus, a fim de servir às mesas. Irmãos
escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de
sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa e nos dedicaremos à oração e ao ministério
da palavra. Tal proposta agradou a todos. Então escolheram Estevão, homem cheio
de fé e do Espírito Santo, além de Filipe, Prócoro, Nicanor, Timom, Pármenas e
Nicolau, um convertido ao judaísmo, proveniente de Antioquia. Apresentaram
esses homens aos apóstolos, os quais oraram e lhes impuseram as mãos. Atos 6.1 a 6
21.10 Um profeta chamado Ágabo. O mesmo Ágabo que quinze anos
antes profetizara a severa fome na Judéia e nas regiões vizinhas (Atos 11.27-28).
Naqueles dias alguns profetas
desceram de Jerusalém para Antioquia. Um deles, Ágabo, levantou-se e pelo
Espírito predisse que uma grande fome sobreviria a todo o mundo romano, o que
aconteceu durante o reinado de Cláudio Atos 11.27,28.
21.11 temos a
seguinte expressão. “Diz o Espírito Santo”.
Observação:
No
contexto dos apóstolos no século I, Ágabo, como um profeta, era guiado
diretamente pelo Espírito para dar a mensagem inspirada de Deus, revelando
assim os propósitos de Deus.
21.15 No quinquagésimo
dia após a Páscoa acontecia à festa de pentecostes, subimos
para Jerusalém, pois Paulo queria estar presente nessa festa, (eles
haviam passado pelo menos trinta e seis dias viajando de Filipos a Cesaréia, e
passaram vários dias em Cesaréia).
21.20 zelosos da lei. Milhares
de judeus cristãos em Jerusalém observavam estritamente a lei mosaica. Enquanto
muitos destes se ressentiam pelo fato de que aos gentios não era requerido
observarem a lei cerimonial de Moisés (v. 25; 15.1-31), a acusação aqui era que
Paulo estava encorajando os judeus a, do mesmo modo, abandonarem a lei (v.21).
Tais acusações podem ter sido provocadas pelo fato de que o próprio Paulo não
seguia a lei cerimonial judaica quando estava em companhia de gentios.
Observação:
O
Apostolo Paulo não tinha objeção quanto aos judeus seguirem os costumes de seus
ancestrais, quanto à observância da lei cerimonial, ele não aprovou a tentativa
de fazer com tal observância fosse de algum modo, necessária para a salvação (Romanos
14.1-8; Gálatas 5.2-6). Sempre cuidadoso para evitar ofensas desnecessárias, a
flexibilidade de Paulo em tais matérias mostra que os interesses do evangelho
estavam sempre em primeiro lugar em sua mente (1º Corintos 9.19-23).
Um ponto
importante:
21.24 purifica-te... Despesa. Este
era o voto nazireu (Números 6.1-21) durante o qual o devoto deixava seu cabelo
crescer. Quando o período do voto tivesse terminado, ele rapava o cabelo,
dedicava-o ao Senhor e o queimava junto com o sacrifício para a oferta pacífica
(Números 6.18). Paulo pagou as despesas para quatro nazireus, foi com eles ao
sacerdote para os sacrifícios, e participou dos ritos de purificação. Desta maneira,
Paulo publicamente demonstrou que era um judeu cumpridor da lei.
21.37-40 Sabes o
grego? O tribuno (um feche eleito com
atividades administrativas, econômicas, militares e civis) podendo até vetar as ações do Senado.
O mesmo estava surpreso por ouvir Paulo falar grego. Paulo pede permissão para
falar ao povo ficando de pé (provavelmente na escada que levava da área do
templo à Torre de Antônia) Paulo levantando-se fala em língua hebraica. Isto é, aramaico, como era
comumente falado pelos judeus na Palestina, embora os sacerdotes e levitas
soubessem também o hebraico. O grego era a língua comum do mundo romano e
mediterrâneo.
Capitulo 22 – Acontecimentos
marcantes
22.12 Ananias.
Uma pessoa apropriada para encontrar Saulo, que era um zeloso fariseu, “um
hebreu de hebreus” (Filipenses 3.5,6). Ser conhecido de Ananias recomendaria
Paulo a outros judeus na cidade que, de outra maneira, suspeitariam dele (Atos 9.10-19).
22.16 recebe o batismo. O batismo no Novo Testamento é o sinal exterior de
uma limpeza interior. Como tal, é correspondente à circuncisão no Antigo
Testamento (Deuteronômio 10.16; 30.6; Ezequiel 44.7).
22.24 sob açoite. O açoite romano era um chicote de tiras de couro
carregado com pedaços de metal ou osso; podia aleijar para sempre ou matar.
Jesus foi açoitado com tal chicote (João 19.1). Haviam batido em Paulo (2º Corintos 11.24,25), mas ele nunca tinha
sido submetido a esta punição específica antes.
22.25 amarrando. Os soldados ou esticavam os braços de Paulo em torno
de um poste para expor suas costas ou amarravam suas mãos e o suspendiam do chão
para aplicar o chicoteamento.
22.26 romano. Paulo
apelou novamente para sua cidadania romana, sabendo que iria ser punido sem
julgamento (Atos 16.37). A cidadania romana era tida em alta conta, e
normalmente concedida somente àqueles de alta posição, ou àqueles que tinham
prestado algum serviço valioso ao estado. Era então passada para a família da
pessoa.
Capitulo 23 – Acontecimentos
marcantes
23.2 sumo sacerdote, Ananias. Filho de Nebedeu, um homem
brutal e violento que governou de 48 a 59 d.C. Este não é o anterior Anás, de
Jo 18.13. Ananias foi assassinado no começo da guerra com Roma (66-70 d.C.).
23.3 parede branqueada! Os túmulos eram frequentemente
branqueados para fazê-los mais visíveis (Mateus 23.27,28). Paulo deu um epíteto
adequado a um oficial corrupto.
contra a lei.
De acordo com
a lei judaica, Paulo tinha de ser julgado e pronunciado culpado antes de ser
punido.
23.6 saduceus... fariseus. Estes
dois grupos emergiram durante o período entre o Antigo e o Novo Testamento.
Eles tinham opiniões políticas e religiosas diferentes. Paulo aproveitou a
oportunidade para enfatizar suas diferenças, identificando-se como um fariseu e
um crente na ressurreição dos mortos, contra os saduceus que negavam a
ressurreição e a existência de anjos e espíritos (Mateus 22.23-32).
23.26 governador Félix. Félix tinha sido escravo e, como
homem livre, tinha ascendido a uma influente posição no governo romano. Em 52 D.C.
o imperador Cláudio enviou-o como governador a Cesaréia. Félix era chamado de
“excelentíssimo Félix” (Atos 24.2) durante a sua administração de oito anos. O
historiador romano Tácito disse que Félix “ocupava a posição de um rei,
enquanto tinha a mente de um escravo, saturada com crueldade e lascívia”.
23.35 pretório de Herodes. A residência oficial construída
por Herodes o Grande. Tornou-se um pretório romano ou residência oficial e
incluía celas para prisioneiros (Jo 18.28; Filipenses 1.13).
Capitulo 24 – Acontecimentos
marcantes
24.1 Tértulo.
Como orador, Tértulo era um tipo de advogado, possivelmente um judeu (ele se
refere à lei judaica como “nossa” lei, v.6).
24.5-7
Tértulo acusava Paulo de ser um encrenqueiro crônico, líder de uma seita
religiosa de má reputação, e uma pessoa que ameaçava profanar o templo. Paulo
respondeu a estas acusações em sua defesa perante Festo (vs. 10-21).
24.5 dos nazarenos. Os cristãos eram identificados como seguidores de
Jesus de Nazaré. Nazaré pode ter sido um termo de desprezo (Jo 1.46).
24.14 eu sirvo... Deus. Paulo assegurava a Félix que,
como judeu, ele seguia uma religião protegida por Roma. Como seguidor do
“Caminho”, Paulo servia “ao Deus de meus pais” e cria na ressurreição dos mortos
(Daniel 12.1,2; 1ºTessalonicenses 4.13-18; 2º Tessalonicenses 1.8).
24.21 ressurreição dos mortos. Paulo fez uma declaração
crítica que não pertencia à esfera dos interesses políticos romanos, mas à
teologia judaica e cristã.
24.23 conservassem a Paulo... Com indulgência. Como cidadão romano cujo caso
ainda estava pendente, a Paulo era dada certa liberdade.
Quando chegamos a
Roma, Paulo recebeu permissão para morar por conta própria, sob a custódia de
um soldado.
Atos 28.16
Ultimas considerações:
No outono do
ano 67 na Segunda Sessão do Tribunal Paulo é condenado e só resta a ele a
entrada no reino dos Céus, a segunda carta a Timóteo 4,7-8 muito bem ele
descreve o que considero uma bela expressão dessa certeza da Salvação com
respaldo na Cruz de Cristo. Autor e Consumados da Fé no relato de Efésios 2.8.
Brilhantemente relata o Apostolo:
“Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora
me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele
dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda” (2º Timóteo 4,7-8).
Fontes:
Bíblia de
Jerusalém - Ed. 1981
Dicionário e Enciclopédico
da Bíblia
Instituto de
Teologia de Passo Fundo
Beacon - Comentário
Bíblico
Bíblia de
Genebra – Notas e Comentários
Minha frase preferida:
“Não tenho outro nome,
senão o de pecador; pecador é meu nome;
Pecador, meu sobrenome” Martinho Lutero.
André Santos
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