Prof. André T. dos Santos
Texto áureo: Amós cap. 3.1
Ouçam
esta palavra que o SENHOR falou contra vocês, ó israelitas; contra toda esta
família que tirei do Egito:
Texto para reflexão: Amós cap. 6.10
E se um
parente que tiver que queimar os corpos vier para tirá-los da casa e perguntar
a alguém que ainda estiver escondido ali: “Há mais alguém com você?”, e a
resposta for: “Não”, ele dirá: “Calado! Não devemos sequer mencionar o nome do
SENHOR”.
Introdução:
A palavra de Amós
incomodava porque ele anunciava que o julgamento de Deus iria atingir não só as
nações pagãs, mas também, e principalmente, o povo escolhido; este já se
considerava salvo, mas na prática era pior do que os pagãos (1.3-2-16). Amós não se contentava em denunciar genericamente a injustiça social, ele denunciava especificamente:
ü Os ricos que
acumulavam cada vez mais, para viverem em mansões e palácios (3.13-15; 6.1-7), criando um regime de opressão (3.10);
ü As mulheres ricas
que, para viverem no luxo, estimulavam seus maridos a explorar os fracos (4.1-3);
ü Os que roubavam e
exploravam e depois ia ao santuário rezar, pagar dízimo, dar esmolas para
aplacar a própria consciência (4.4-12; 5.21-27);
ü Os juízes que
julgavam de acordo com o dinheiro que recebiam dos subornos (2.6-7; 4.1; 5.7.10-13);
ü Os comerciantes
ladrões sem escrúpulo que deixavam os pobres sem possibilidades de comprar e
vender as mercadorias por preço justo (8.4-8). Neste ele trata quase exclusivamente com o pecado de Israel,
especialmente com o “veredito” e a “sentença” de Deus sobre esse pecado.
Oráculos contra
Israel (3.1 6.14).
O oráculo ocupará três capítulos, neles
veremos Amós entregando oráculos de Deus
que justificavam o julgamento de Israel, revelando quão horrível ele seria e
como Deus estava determinado a executá-los.
O Reino de Israel de acordo com a Bíblia foi à nação formada pelas 12
Tribos de Israel, um povo descendente de Jacó, Isaac e Abraão.
Segundo
a história narrada na bíblia, após o Êxodo do Egito,
sob a liderança de Moisés, os
israelitas que eram nômades
vaguearam pelo médio oriente durante décadas até que no final do século XIII a.C. sob
a liderança de Josué os israelitas conquistam a terra de Canaã, abandonam o nomadismo e
estabelecem-se nas terras conquistadas, dividindo o território entre as 12
tribos. O reino surge em meados do século
XI a.C. na sequência da unificação das 12
tribos sob a chefia de Saul, seu
primeiro rei.
Após Deus, por intermédio de Amós, ter
colocado Judá e Israel em igualdade com as outras nações como objetos de sua ira,
o profeta proclamou vários oráculos que explicaram a ação judicial contra
Israel (3.1; 4.13), assim como a horrível natureza (5.1-6.7) e a certeza do
julgamento por vir (6.8-14).
Destarte, dividiremos a presente parte
em 3 seções. A. A acusação de Israel (3.1 a 4.13) – começaremos a ver
agora; B. A severidade do julgamento (5.1 6.7); e, C. A certeza do
juramento divino (6.8-14).
Síntese do capítulo 3:
O relato encontrado no 3º
capítulo oferecem pelo menos “três grandes entendimentos espirituais”;
1º
Entendimento:
Encontramos nos versículos
01 e 02 onde profeta Amós fala sobre os privilégios pessoais em ser povo
escolhido, porém nos mostra que esse privilégio implica em uma maior
responsabilidade;
2º
Entendimento:
Já nos versículos 3, 4, 5,
6, 7 e 8 ele revela que Deus não reprova ou convence os homens sem um propósito
específico;
3º Entendimento:
Por último, nos versículos
9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15 o profeta trás o entendimento que o julgamento e a
aplicação da justiça estão relacionados a praticas de infidelidade (Tiago 4.4) a Deus.
“Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade
contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se
inimigo de Deus”.
Amós Capitulo 3.1-2
Ver. 1;
Ouvi esta palavra que o
SENHOR fala contra vós, filhos de Israel,
contra toda a família que fiz subir da terra do Egito, dizendo:
Ver. 2;
De todas as famílias da terra só a vós vos tenho
conhecido; portanto eu vos punirei por todas as vossas iniquidades.
Comentário: O versículo começa
com uma forte expressão, OUVIR que no grego “שמע”. O profeta utiliza uma expressão forte
porque ele não queria apenas ser ouvido, ele queria ser entendido, o verbo
grego utilizado tem uma conotação enfática. É mais que ouvir um som, é ouvir um SOM proclamado em voz alta, é um chamado para
ouvir uma convocação. Porque ele queria ser ouvido por todos.
Por quem o profeta queria ser ouvido?
O profeta utiliza o termo “filhos de Yisra’el”, uma palavra de
origem grega que tem por significado “Deus prevalece”. Esse foi o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o
anjo em Peniel, o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó esse
foi o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão das tribos. O nome Yisra’el
é atribuído ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob o comando de
Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá, o nome da nação depois do
retorno do exílio. Em suma, profeta quer ser ouvido e entendido pela nação de
Yisra’el, o povo escolhido de Deus.
Nossa eleição, não anula a
responsabilidade pessoal de cada individuo, trás maior peso no julgamento e uma
sentença com maior rigor.
No 2º versículo, o profeta continua a
ser enfático e a convocação que ele faz no 1º versículo agora ele revela o porquê
da convocação. O povo escolhido, ou seja, o Yisra’el de Deus, estavam
praticando diversos males associado a perversidade, depravação, iniquidade etc.
Todos esses males atraíram na
sentença pronunciada por Deus através do profeta, a culpa acarretou em punição
e trágicas consequência.
Amós Capitulo 3.3-8
Ver. 3;
Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de
acordo?
Ver. 4;
Rugirá o leão no bosque, sem que tenha presa?
Levantará o leãozinho no seu covil a sua voz, se nada tiver apanhado?
Ver. 5;
Cairá a ave no laço em terra, se não houver
armadilha para ela? Levantar-se-á da terra o laço, sem que tenha apanhado
alguma coisa?
Ver. 6;
Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não
estremecerá? Sucederá algum mal na cidade, sem que o Senhor o tenha feito?
Ver. 7;
Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem
ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.
Ver. 8;
Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor DEUS,
quem não profetizará?
Comentário: Os
versículos 03 a 06, o
profeta vai apontar para uma única direção, tudo que
esta sendo falado, foi Deus quem proferiu. Aqui o profeta utiliza o termo grego
“ya’ad” que trás algumas enfáticas colocações, tais como; fixar, desiguinar, juntar, reunir, estabelecer, apontar e reunir-se conforme agendado.
O versículo 07, o profeta mais uma
vez procura ser enfático, a conotação de suas palavras devem ser observadas.
Ele usa o verbo grego “Adonay” a fim de lembrar
aos seus ouvintes que foi o SENHOR quem o mandou profetizar contra Yisra’el,
essa é uma expressão judaica de REVERÊNCIA.
Os versículos 08 e
09, O profeta utiliza outro vergo grego “yare”, onde ele vai fazer uma ponte com o versículo 07, mostrando que o
ADONAY apresentado ao povo escolhido causa admiração e ELE deve ser temido e
reverenciado. A expressão enfática que Amós utiliza, provocou medo aos
escolhidos e essa era a intenção do profeta.
Deus estava irado com tamanho desrespeito as leis, a falta de reverencia
e o pecado praticado pelo povo escolhido, atraíram a ira de Deus (Gálatas 6.7-14).
Ainda no versículo
08, o profeta vai utilizar outro vergo grego, “naba” que significa profetizar, porém não o simplesmente ler as escrituras e
sim de alguém que estava profetizando sob a influência de espírito Divino. Aqui Amós faz uma referencia aos falsos profetas.
Amós Capitulo 3.9-15
Ver. 9;
Fazei ouvir isso nos palácios de Asdode, e nos
palácios da terra do Egito, e dizei: Ajuntai-vos sobre os montes de Samaria, e
vede que grandes alvoroços há no meio dela, e como são oprimidos dentro dela.
Comentário: Às vezes os profetas destacam a superioridade moral
das nações pagãs sobre o Israel rebelde. Os montes. Ebal e Gerizim,
dos quais se podia avistar Samaria.
Ver. 10;
Porque não sabem fazer o que é reto, diz o Senhor,
aqueles que entesouram nos seus palácios a violência e a destruição.
Comentário: Perdeu todo o senso de orientação moral.
Ver. 11;
Portanto, o Senhor DEUS diz assim: O inimigo virá,
e cercará a terra, derrubará a tua fortaleza, e os teus palácios serão
saqueados.
Comentário: O rei da
Assíria.
Ver. 12;
Assim diz o Senhor: Como o pastor livra da boca do
leão as duas pernas, ou um pedaço da orelha, assim serão livrados os filhos de
Israel que habitam em Samaria, no canto da cama, e no damasco do leito.
Comentário: Livra da boca do leão. A declaração reflete os
antecedentes de Amós. Os restos de um animal eram às vezes exibidos como
evidência (Ex. 22.13). A insignificância do que restava servia para enfatizar a
comparação.
Comentário: O canto da cama era um lugar de honra. E parte
do leito. Ou, sobre as almofadas de seda de um leito. A figura se
refere a uma sala de conferências em Samaria onde os líderes da nação
descansavam de suas obrigações.
Ver. 13;
Ouvi, e protestai contra a casa de Jacó, diz o Senhor DEUS, o Deus dos
Exércitos;
Comentário: Aqui temos uma referência às dez tribos, conforme
indicado pela menção de Betel no versículo seguinte. O SENHOR Deus, o Deus
dos exércitos. Esta é a forma mais extensa do nome de Deus na Bíblia, e aparece
apenas aqui no Velho Testamento. Enfatiza de maneira especial a onipotência de Deus com o
propósito de engrandecer o efeito do julgamento predito.
Ver. 14;
Pois no dia em que eu punir as transgressões de
Israel, também castigarei os altares de Betel; e as pontas do altar serão cortadas, e cairão por terra.
Comentário: As pontas do altar simbolizam o poder e eram sagradas
para os israelitas (I Reis 1.50). Eram importantes porque o sangue
do sacrifício era aplicado nelas (Leviticos 4.30). Cortá-los fora era um ato de
profanação.
Ver. 15;
E ferirei a casa de inverno juntamente com a casa
de verão; e as casas de marfim perecerão, e as grandes casas terão fim, diz o
Senhor.
Comentário: As casas de inverno e casas de verão dos ricos se multiplicavam,
enquanto os pobres eram gemendo sob o fardo de suas vidas diárias. A ostentação
e suas casas opulentas não beneficiariam nem protegeriam seus proprietários no
dia do julgamento (I Reis 22.39).
Fonte de
pesquisa:
Comentário de Beacon
Comentário de Moody
Comentário de NVI
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser,
mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. Voltaire
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